Sentou-se desajeitado no banco comprido junto ao balcão do bar localizado no centro da cidade, mais um de muitos. Naquela hora da noite era sim o boteco menos agitado na noite, por isso mesmo tinha escolhido-o. Lá havia espaço suficiente para uma procura insaciável, um coração encharcado e um homem solitário. "Acho que vai uma garrafa, hoje só 3 doses não funcionam".
Cadu acabara de levar o pé-na-bunda mais impetuoso e ridículo de sua vida. Pensava consigo "Mulherzinha pequena e desprezível", enquanto as lágrimas ameaçavam jorrar mais fortes que numa chuva de verão em um dia claro. A única explicação dela, que para ele não era nem um pouco plausível, era 'Não te quero mais, não quero e só', depois o barulho estridente da porta batida com toda a vontade de um certo tempo perdido e agora os pensamentos vagos que teimavam em desaparecer. "Dane-se' pensou, ao mesmo tempo em que a morena mais linda daquela noite longa sentava-se no banquinho comprido ao seu lado. Vesga, olhou para os olhos dele, ou pelo menos foi isso o que ele viu, sorriu, jogou o cabelo de lado e se virou, sorrindo novamente. "AH, eu sempre sou sortudo mesmo" e segurando-lhe a mão disse: "Eae quer conhecer meu quarto hoje?"
Depois ouviu-se o arrastar do banco, um olhar de fuzilamento triplificado, enquanto ouviu em alto e bom som: "Idiota ridículo".
Levantou-se, atravessou por trás do banco dele e comprimentou com um beijo leve e sedutor o rapaz do outro lado do bar, aquele que ela acabara de lançar um sorriso há dois minutos atrás.
"Quem fala o que quer, ás vezes ouve o que não quer"
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